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Reflexões sobre Sapiens. De Yuval Noah Harari

  • Foto do escritor: Letícia Simões
    Letícia Simões
  • 16 de jan. de 2023
  • 3 min de leitura

Um autor de nome peculiar narrou fatos da humanidade de forma cronológica e única.

Após contemplar seus relatos, percebi a possibilidade de iniciar a releitura das três revoluções da humanidade, pelo último capítulo, sem prejuízos semânticos.

Yuval finaliza o livro pontuando o temor aos nossos futuros desejos, já que somos seres insatisfeitos mesmo após a revolução científica. Sim, também não havia examinado por essa ótica. Se o objetivo do progresso é o conforto e divertimento, precisamos avançar ainda mais? Não possuímos o suficiente? E suficiente, já não foi a diversidade biológica perdida, tanto a que nos cerca quanto a que nos compõe? Preste atenção na artificialização dos nossos corpos. Órteses, próteses, circulação extracorpórea, eletrodos que ajustam o ritmo do coração. E tudo isso não é bom? É maravilhoso! Até compreendermos que as invenções são respostas aos nossos problemas inventados.

A felicidade é questionada. Somos comparados por séculos de distância aos caçadores coletores. Vive-se uma vida antinatural desde a revolução agrícola. Apesar de promover maior acessibilidade alimentar e sobrevivência, comprovados pela ascenção populacional, a agricultura trouxe como bônus, longas horas de trabalho, preocupações e pobreza nutricional. A industrialização não mudou o cenário. Hoje, a maior parte da população carrega baldes por longas horas para acessar as gôndolas do supermercado. Usufruem da praticidade de condimentos alimentares (se lermos os rótulos com atenção, percebemos que nem se tratam mais de alimentos) e da diversidade de calorias vazias. São fontes de conforto e divertimento, o final de semana é desejado pela liberdade de mimar-se ao comer e beber o quanto e o que quiser. Como se durante a semana não houvesse a sabotagem por meio do consumo alimentar de qualidade duvidosa. As consequências são muito bem conhecidas.

Mas, nem só de fraudes vive a humanidade. Temos o privilégio de presenciar menos violência, menor mortalidade infantil e recursos que salvam vidas. Por exemplo, uma ferida de guerra anteriormente era o fim da linha. Para se chegar nesse patamar, de acordo com o escritor, o imperialismo foi fundamental. De forma inteligente ele explana os pontos positivos e negativos do modelo de governo e destaca a unificação da humanidade por meio deste. Porém, talvez fosse também correto dizer que paralelamente houve uma fragmentação em raças e classes sociais. Ainda presente.

Quem é muito religioso, talvez não corrobore com a ideia do autor, sobre os deuses das religiões não passarem de realidades imaginadas para manter a ordem e cooperação. Assim como a organização politica, as leis, o dinheiro.

Não foi apenas a capacidade de pensar. Os boatos espalhados, vulgo fofoca, contribuíram para a cooperação social. Uma das maiores invenções da humanidade, tratava-se da revolução cognitiva. Porém, para aumentar o grupo de cooperação era necessário que essas realidades imaginadas fossem divulgadas. E a ideia dos deuses era o melhor marketing, tudo que construía-se em nome de algum deus possuía maior credibilidade. A partir disso, as culturas nasceram.

Outro destaque importante é a classificação de correntes ideológicas: comunismo, liberalismo, capitalismo, como religiões. Quanto a esse aspecto não faz-se necessário muitos detalhes, basta verificar o que nos rodeia em períodos eleitorais. Algumas pessoas possuem simplesmente devoção pelo seu candidato.

Retornando à insatisfação, permanece a pergunta sobre o sentido da vida. Mesmo depois de tantas invenções, muitos não sabem o que são e o que querem. Seguem aqui por mera so

brevivência, talvez houvesse mais sentido continuar na pré-história?


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